Era uma vez uma cidade que chamei de minha

15 October 2007
O mês que passei na casa de minha prima, lá no interior do Estado de São Paulo, foi tranquilíssimo. Descansei na fazendinha, observei vacas, bois, cavalos e todos aqueles indispensáveis animais. Disse ao pessoal que fossem visitar minha humilde casinha em Itaorna, uma cidade pequena, cheia de árvores, flores e natureza viva, onde se vê o azul do mar de longe, e a suave brisa vem nos visitar todas as noites.
Quando saí daqui de minha cidade, estavam erguendo uma nova usina nuclear. Quando isso foi relatado nos jornais, eu não sabia como formar uma opinião, já que não entendia muito bem do assunto. Do meu mês no interior de São Paulo, passei dois dias na região Metropolitana e pesquisei o fato.
Hoje eu estou aqui, meu primeiro dia em minha cidade. Quando cheguei - tudo ainda estava muito escuro - decidi dar uma volta para respirar os meus ares, já sentia saudades, e aquele verde ia enchendo os meus olhos de inspiração e alegria. Visto que eu havia até me esquecido da tal usina, deparei-me com uma placa na estrada Rio-Santos dizendo que a usina nuclear já estava em funcionamento. Eis que abri os olhos e de certo entrei em choque. Por que em minha cidade? Uma usina nuclear? Pesquisar sobre o assunto em São Paulo me deixou apavorada.
O povo de minha cidade está contente. Empregos foram gerados, a cidade fora "valorizada", e a economia local já está crescendo - felicidade dos que se renderam ao capitalismo. Mas e as árvores, as flores e a natureza vida? Qualquer acidente naquela nova empreita transformaria o nosso verde em cinza. As pessoas? Bom seria se ao menos sobrasse o pó. O governo brasileiro poderia até ser mais autêntico, quem sabe assim valorizaria a natureza tanto quanto ao homem. Mas agora estou eu aqui, no conforto de minha casa e pronta para dormir. Espero fechar os meu olhos e poder abri-los amanhã sem problema algum. Vivo agora em minha insegurança, e também espero não ter que morar lá na casa de minha prima, no interior do Estado de São Paulo.

[conto digno de 9.8 na prova 1 de produção de texto]

2 comments:

  1. Oi amor , gostei mto da sua redação , queria saber escrever assim , tenho mto orgulho de vc
    Te amo
    Bjos!

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  2. quem não se esforça na escola, ham?

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